quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mapa interativo revela desmatamento global, de 2000 a 2012



Nas últimas duas décadas, qual região do mundo desmatou mais florestas? E quem mais protegeu sua cobertura florestal? Agora, perguntas como estas podem ser facilmente respondidas com uma simples consulta ao mapa interativo Mudanças Florestais Globais.
Desenvolvida pela Universidade de Maryland, nos EUA, a ferramenta reúne mais de 650 mil imagens, capturadas pelo satélite Landsat 7 da Nasa, utilizado pelo Google Earth, que mostram a evolução do desmatamento no mundo entre os anos de 2000 e 2012.
Divulgado na última sexta-feira, 15/11, o mapa já foi utilizado como base em estudo publicado na revista científica Science. De acordo com os autores da pesquisa, nas últimas duas décadas, 2,3 milhões de km² de floresta foram destruídos no mundo, principalmente, por conta de queimadas, atividades madeireiras, pragas e tempestades.
Uma das piores situações acontece na Indonésia, que mais do que dobrou seu índice anual de desmatamento, entre 2000 e 2012. Já o Brasil aparece como bom exemplo de combate à prática ilegal, uma vez que reduziu pela metade sua taxa de desmatamento, entre 2003 e 2011.
Acesse o mapa Mudanças Florestais Globais e descubra como está o desmatamento no mundo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Window Socket (tomada de janela)



Genial invenção desenvolvida pelos designers sulcoreanos Kyuho Song & Boa Oh, que permite utilizar eletricidade de graça em qualquer ambiente sem tomadas ou com restrições administrativas de uso de energia. O Window Socket (tomada de janela) gruda facilmente em qualquer janela de vidro e carrega-se com a luz solar da célula fotovoltaica voltada para o Sol. Trata-se simplesmente de um conversor, com uma célula FV na ponta e uma tomada na outra. Brilhante!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Tartarugas verdes nunca comeram tanto plástico



Tartarugas verde e de couro estão comendo mais plástico que nunca, e mais do que qualquer outra forma de lixo. Na verdade, o dobro do que há 25 anos, de acordo com um novo estudo.
A descoberta se baseia em dados coletados em vários pontos do mundo desde os anos 1980 e analisados por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália.
“Nossa pesquisa revelou que as tartarugas de oceano mais jovens têm mais probabilidade de comer plástico que seus parentes mais velhos perto da costa,” disse Qamar Schuyler, líder do estudo.
Tartarugas encalhadas perto da superpopulada Nova York não motravam evidência da ingestão de lixo. Mas todas as encontradas perto de uma área selvagem no sul do Brasil tinham comido plástico, afirmou Schuyler.
“Isto significa que realizar limpeza na costa não é a resposta única para o problema da ingestão de lixo por populações locais de tartarugas,” disse ele, constatando o óbvio. Apenas o chamado Vórtex de Lixo do Pacífico ocupa uma área estimada em até 15 milhões de quilômetros quadrados – quase o dobro da área do Brasil.
O trabalho analisou 37 estudos com dados coletados dos anos 1980 até 2011, examinando especificamente o efeito da ingestão de lixo marítimo sobre tartarugas em vida selvagem, relata o Euronews.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/tartarugas-verdes-nunca-comeram-tanto-plastico/?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Um táxi ecológico

Em 2007, o taxista João Batista já tinha uma clientela fiel em São Paulo, mas estava descontente com o trabalho. Nada relacionado ao trânsito – ele já tinha resolvido isso com bom-humor, revistas e até bebidas para os clientes. O problema agora era o aquecimento global. Descobriu que os carros eram verdadeiros vilões nessa história.

“Um táxi polui muito o ambiente, mas eu não poderia parar de trabalhar. Foi aí que comecei a pesquisar sobre como neutralizar o que eu mesmo sujei”. Também na rádio, fiel companheira dos taxistas, foi que João encontrou uma luz. “Eu estava ouvindo o (colunista da CBN) Gilberto Dimenstein, que falava sobre sustentabilidade. Falei ‘vou escrever para ele’”. 

Com a ajuda de Dimenstein, João encontrou ONGs ambientais e, juntos, calcularam quanto CO2 o automóvel liberava por dia e quantas mudas ele deveria plantar para que elas absorvessem tudo. Depois, João chegou ao valor que precisava sugerir aos clientes para a compra das mudas. 

Em seis anos, o taxista plantou quase 250 mudas de pau-brasil em praças da cidade de São Paulo. No início, os amigos não colocavam muita fé na ideia; eles lhe diziam que o vandalismo ia arrancar as mudas. Não foi o que aconteceu: as primeiras árvores, plantadas na praça do bairro onde mora, na zona leste, continuam lá, cada vez maiores.

Com uma tabela, o taxista apresenta no final da corrida quantos quilos de CO2 a viagem depositou no ambiente e quanto o passageiro desembolsa se quiser ajudar a comprar uma muda. Um trajeto de uma hora, por exemplo, deposita 11,7 kg de dióxido de carbono e gera uma contribuição de 62 centavos. “Se o cliente não quiser colaborar, não precisa. Mas todo mundo se sensibiliza. Tem gente disposta a ajudar mais e doa até R$ 50, R$ 100 (hoje, a muda custa cerca de R$ 100)”.

As subprefeituras oferecem a praça e a mão de obra. Pelo site de João* (oseutaxi. com.br), dá para se cadastrar num programa de fidelidade em que o usuário troca pontos por mais mudas de pau-brasil.

Fonte: 
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/taxi-ecologico-vida-simples-759069.shtml?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um novo caminho


Este artigo integra os comentários adicionais de especialistas, escritos com exclusividade para o livro

Economistas clássicos, incluindo Adam Smith, desenharam nosso quadro de pensamento da economia em um mundo no qual o capital e o comércio globais eram medidos em milhões – não trilhões – de dólares. Mas isso foi há dois séculos e meio. A terra era abundante, a mão de obra era barata, a energia não era fator importante de produção e o insumo escasso na produção era o capital financeiro. O capitalista, portanto, atingia um propósito social e era festejado e recompensado, e não ridicularizado por causar as piores crises econômicas e financeiras. Como os tempos mudaram.
O jornalista e ativista Bill McKibben agrupa a máquina a vapor e aquela outra “máquina”, a do crescimento econômico, como as duas descobertas mais significativas do século 18. Sem dúvida, ambos melhoraram o bem-estar de uma parte significativa da humanidade. O engenho do crescimento econômico criou empregos, evitou recessões e tornou-se uma medida ubíqua de progresso no século 20. Isso, apesar do fato de que sua principal medida, “o crescimento do PIB”, não captura muitos aspectos vitais da riqueza e do bem-estar nacionais, como mudanças na qualidade da saúde e a quantidade de nossos recursos naturais. E, mesmo assim, o crescimento do PIB tornou-se um “mantra” pelo qual os governos avaliaram seus desempenhos, conduziram suas economias e até buscaram sua reeleição.
A história do crescimento econômico no pós-guerra tem sido a do desenvolvimento insustentável: insustentável para os ecossistemas do planeta, para a diversidadede suas espécies e mesmo para a raça humana. Por algumas medidas recentes desustentabilidade, nossa pegada ecológica global dobrou nos últimos 40 anos, e agora é 30% maior do que a capacidade biológica da Terra tem de produzir para suas necessidades, e isso deverá subir. Baseando-se apenas em projeções populacionais, 50% a mais do que os alimentos atualmente produzidos serão necessários para alimentar a população global em 2050.
De toda a superfície da Terra, 35% já foi convertida para a agricultura, limitando a área da produtividade futura de sistemas nacionais. O setor de gado representa o maior uso humano único de terras e a maior fonte setorial de poluentes da água. Terras de pasto cobrem 26% da superfície da Terra, enquanto colheitas para alimentar animais respondem por cerca de um terço da terra arável. A extensão da produtividade agrícola terá consequências para a biodiversidade e é também um fator importante no aumento do desflorestamento: nos trópicos, este ocorre a uma taxa de cerca de 12,5 milhões de hectares por ano, representando não apenas perda séria de ecossistemas, mas criando ainda 1/5 das emissões antropogênicas de CO2. Ainda sem regime de “carbono verde” para controlar tais emissões, corremos o risco de perpetuar um regime polarizado de “carbono marrom”, requerendo a conversão extensiva de terras de pasto, colheitas e florestas em fontes de bioenergia, emitindo, no processo, mais do que foi poupado pela mudança para esse tipo de energia.
Hoje, há uma consciência crescente de que algo está muito errado e que, de maneiras fundamentais, a sociedade humana precisa mudar para poder resolver qualquer um dos constrangimentos de capacidade aqui descritos. De muitas direções, dedos estão sendo apontados para a crise econômica corrente, ela mesma resulta de crises de combustível, alimentos e finanças, e para as crises paralelas de nossos mundos ecológicos e climáticopúblicos, sugerindo que ambos partilham de uma causa comum: o fracasso de nosso modelo econômico. O desafio distribucional que surge do crescimento insustentável é particularmente difícil, porque aqueles que, em grande parte, causaram o problema – os países ricos – não sofrerão a maior parte, pelo menos não no curto prazo. Se a mudança do clima resultasse em uma seca que encolhesse pela metade a renda de 28 milhões de etíopes, por exemplo, isso mal se registraria no PIB mundial – seria menos de 0,003%.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) representam a ambição mundial de atacar a pobreza. A meta desses objetivos era 2015, uma data que parece, sombriamente, perto demais para sugerir um resultado exitoso. Os estresses sociais se acumulam como resultado de disparidades mais amplas em padrões de vida, e porque a pobreza tem tanto a ver com autorrespeito quanto com alimentos, vestimenta e abrigo. Ainda outra preocupação profunda.
Mas talvez nem tudo esteja perdido. Há abundante evidência anedótica que mostra que a conquista das ODM compreende prática e governança ambientais confiáveis. Como exemplo, a salvaguarda de florestas tropicais em países em desenvolvimento fornece oportunidades excepcionais para ligar dois dos mais sérios problemas que ameaçam o bem-estar humano hoje: a pobreza e as mudanças climáticas. E também traz benefícios colaterais: alimentos, fibras, combustível de madeira, água fresca e nutrientes do solo. Ajuda a controlar a seca, e cria um tampão contra desastres naturais – que apenas aumentarão com as alterações do clima.
Este é um exemplo de como fazer uso do capital natural para resolver grandes problemas, uma via não suficientemente explorada, hoje, porque a humanidade se desconectou do mundo natural, espiritual e mentalmente. A sociedade humana precisa mudar – sua economia, suas contabilidades, seus preconceitos implícitos contra o capital natural (versus o capital feito pelo homem), contra a riqueza pública (versus a riqueza privada) e contra o consumo lógico e menor (versus o maníaco e maior). E talvez, acima de tudo, a sociedade humana precise reexaminar e mudar sua relação com a natureza para que ela seja harmônica e de coexistência.
Em seu livro provocativo, Tim Jackson reconhece que a sociedade enfrenta um dilema profundo: o crescimento econômico é insustentável, mas o decrescimento – ou contração econômica – é instável. A “rota de fuga” desse dilema é tentar “descasar” a atividade econômica de seus impactos. Mas não há qualquer evidência de que isso esteja funcionando, e o consumo global de recursos continua aumentando. Atingir metas de mudanças climáticas exigirá reduções na intensidade de carbono, duas ordens de magnitude mais altas que qualquer coisa realizada historicamente. Frente a esse desafio, o livro se engaja em um reexame crítico da estrutura econômica e dalógica social do consumismo.
Prosperidade sem Crescimento propõe um novo caminho a seguir, permitindo que a humanidade sobreviva e floresça dentro dos recursos finitos do planeta.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/prosperidade-sem-crescimento/2013/10/25/um-novo-caminho/?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel_prosperidadesemcrescimento

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Que mundo você apoia com suas compras?

Direto ao ponto, a pergunta é: você tem consciência de que suas escolhas como consumidor desenham o mundo em que vivemos? Já parou para refletir sobre as empresas e os produtos e serviços que você patrocina todos os dias? Pois está aí um assunto prá lá de bom de ser lembrado sempre, e mais um pouquinho.
Faça uma lista de valores e princípios que considera importantes na sua vida, na sua família, na vizinhança, na sua cidade. Em seguida, dê uma passeada pela casa, observando as marcas que estão por todo canto: de cosméticos, roupas, sapatos, alimentos, remédios, eletrodomésticos, móveis e acessórios de decoração, equipamentos eletrônicos, brinquedos, têxteis etc.

Será que nossas compras refletem o mundo que queremos para nós e para as futuras gerações?  Se realmente queremos um planeta mais saudável, com terra boa para plantar e água pura para beber, por que ainda compramos comida contaminada com agrotóxicos? Por que simplesmente não recusamos os produtos transgênicos?
Bebidas gaseificadas e altamente açucaradas estão longe de ser algo benéfico para a Terra e as pessoas. Então, por que consumi-las? Por que apoiar sua produção e toda a cadeia desastrosa que elas criam (de mais obesidade, dependência, seduções sem fim em comerciais de tevê, impactos socioambientais…)?
Nessa toada, para mim, roupa boa é roupa feita com tecido bom, que não detonou os rios no tingimento, que não poluiu, que não fez escravos na linha de produção, que soube valorizar a durabilidade em vez da efemeridade da moda. Se puder ser fruto de troca entre amigos, então, melhor ainda.
Esta semana vimos a história do laboratório que fazia testes horríveis em animais. Ficamos chocados, não é mesmo? E por que ainda compramos cosméticos e remédios que são fruto dessa prática? Não dá pra entender…
Se não queremos um mundo contaminado de lixo eletrônico, por que trocamos de celular a cada três meses?  Não quer viver em um mundo insalubre, reinado pelapoluição e pela perda de biodiversidade? Preste atenção aos materiais de construção que você escolhe para sua casa, à origem da madeira que deixou a porta da sala linda…
Aí, você pode me questionar: “mas as empresas não dizem muito sobre seus processos produtivos”… Então, é aí que nós, consumidores, temos que agir. Precisamos exigir mais transparência das empresas. Elas têm que nos informar correta e abertamente.
Dá trabalho, sim, mas vale a pena. Temos em nossas mãos o poder de verdadeirosmecenas de um mundo melhor, mais saudável e mais justo. Mas é preciso ser firme, questionar, pedir mais detalhes, estar atento sempre, refletir e evitar a ilusão da felicidade pelo consumo.
Felicidade tem a ver com saúde, bem estar, qualidade de vida, liberdade, água limpa, áreas verdes, ar puro, amigos, comida orgânica. E, se prestar atenção, vai ver que boa parte dessas coisas não vem em embalagens de plástico nem está disponível em gôndolas de supermercados…
Pode acreditar, o resultado dessa postura mais dura, digamos, diante do universo confuso das compras ainda pode render mudanças profundas em nossa sociedade. Isso, aliás, já está acontecendo. São várias as pressões para que fabricantes tenham mais “juízo” na hora de produzir seus bens e serviços: leis mais rigorosas, população mais atenta, mercado mais exigente. Está tudo aí, para tirarmos proveito como “designers” de um futuro melhor para todos. Pense nisso na próxima vez que for sacar o cartão de crédito da bolsa…

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/gaiatos-e-gaianos/que-mundo-voce-apoia-com-suas-compras/?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel_gaiatosegaianos

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

16/10: Dia da Alimentação - Alimentos nutritivos até o talo

O que você faz com a casca da batata depois que a salada ou o purê ficam prontos? Se a resposta for "Jogo no lixo", olha que tristeza: ali são detectadas 100 vezes mais substâncias benéficas do que no interior do tubérculo. E isso não é exclusividade da batata, não. "Algumas pesquisas já revelam que talos, folhas, sementes e cascas de vários alimentos são muito mais nutritivos do que sua polpa", conta a nutricionista Karime Cader Ribeiro Queiroz, coordenadora técnica do Banco Rio de Alimentos, programa social do Sesc Rio de Janeiro.

O problema é que a falta de aproveitamento integral de frutas e outros vegetais costuma ser hábito na cozinha dos brasileiros. Segundo a FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, estamos entre os dez países que mais desperdiçam comida no mundo. "Existem indícios de que temos um dos lixos mais nutritivos do planeta", observa Karime. Por esse motivo, faz muito sentido o lançamento, em território nacional, do livro Cozinhando sem Desperdício (Editora Alaúde), assinado por uma expert em gastronomia e meio ambiente, a italiana Lisa Casali. Nele, a autora apresenta 130 receitas com as partes que normalmente são recusadas pelos cozinheiros. Tudo para provar que de lixo elas não têm nada, rendendo pratos sustentáveis e saborosos

Mas, antes de começar a usá-las, adiantamos que é preciso caprichar na higienização, já que certas áreas tendem a ser mais expostas a agrotóxicos, caso dos talos e das cascas. "Retire os pesticidas usando uma escovinha e água para lavar bem os vegetais", recomenda Lisa. "Depois, coloque os alimentos em recipientes de vidro ou louça e deixe-os de molho em uma solução à base de hipoclorito de sódio, seguindo as instruções da embalagem", completa a nutricionista Adriana Peloggia, do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. Feito isso, basta ter criatividade para vencer o tabu e encher a mesa de nutrientes. A seguir, destacamos quais, exatamente, são as substâncias bem-vindas à saúde presentes nos principais talos, cascas, sementes e folhas. E já damos uma receita fácil para incentivar o início de uma nova era, mais sustentável, na sua cozinha.

SEMENTESApesar de pequeninas, elas concentram elementos de peso. As sementes do maracujá, por exemplo, reúnem ômegas 3 e 6. "Ambos são essenciais para as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos", diz a engenheira agrônoma Giuseppina Lima, da Unesp - Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. As da abóbora não ficam atrás: "Elas têm gorduras boas, muitas fibras e são ricas em vitaminas e minerais", enumera a nutricionista Daisa Pinhal, do Oba Hortifruti, de São Paulo. Daí sua importância para o coração, o intestino, os olhos... 
PUDIM DE SEMENTES DE ABÓBORABata no liquidificador, por cerca de 3 minutos, os ingredientes: 1 copo de 200 ml de sementes de abóbora torradas e moídas, 2 copos de 200 ml de leite em pó, 2 copos de 200 ml de açúcar, 2 copos de 200 ml de água, 1 colher de sopa de amido de milho e 3 ovos. Em seguida, asse a mistura em uma fôrma de pudim em banho-maria.

TALOSSegundo Tânia Ferreira, professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás, eles são cheios de fibras, vitaminas e minerais. Logo, vale a pena aproveitar os talos de alcachofra, brócolis, espinafre e afins para fazer quiches, pães e bolos. "Para tornar aquela parte fibrosa mais macia, muitos desses talos devem ser submetidos a um tratamento térmico, como cozimento no vapor", avisa a nutricionista. No caso dos que serão ingeridos crus em sucos, o liquidificador dá conta do recado.
PURÊ DE MANDIOCA COM TALOSBata 1 quilo de mandioca cozida no liquidificador até formar um creme. Faça um purê, levando esse creme ao fogo com 2 colheres de sopa de margarina. Acrescente sal a gosto e reserve. À parte, prepare um refogado com alho, cebola picada, folhas e talos de espinafre, beterraba, couve-flor e nabo. Em um refratário, coloque metade do purê de mandioca e, por cima, o refogado de folhas. Por último, acrescente a outra metade do purê. Leve ao forno preaquecido (180 °C) por 10 minutos.

FOLHASQuando houver opção na feira, leve cenouras com folhas para casa, por exemplo. Segundo a nutricionista Adriana Peloggia, elas podem ser usadas em receitas de tortas, farofas, cuscuz, recheios e sopas, entre outras. "Em geral, são fontes de carotenoides", informa Giuseppina. Dentro do corpo, essas substâncias são convertidas em vitamina A, nutriente que apura a visão e reduz a formação de placas nas artérias. Sem contar que cada folha tem sua particularidade: a do rabanete apresenta muito selênio, um poderoso antioxidante; a da couve-flor possui fósforo, um protetor da memória; e a de beterraba acumula potássio, mineral que regula a pressão arterial. "Se as folhas estiverem amareladas, só aí é melhor descartá-las", pondera Karime Cader.
FOLHAS DE BETERRABA RECHEADASEm uma panela, refogue 3 dentes de alho e 1 cebola triturada em 2 colheres de sopa de azeite. Junte 500 gramas de carne moída e espere dourar. Adicione sal, 200 ml de água e 200 ml de molho de tomate. Cozinhe por 5 minutos. Abra 10 folhas de beterraba, coloque 2 fatias de queijo mussarela e um pouco do molho preparado com a carne em cada uma. Enrole. Coloque mais molho por cima e cubra com papel-alumínio. Leve ao forno preaquecido (200°C) por 20 minutos. Retire o papel, salpique com 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado. Deixe no forno por mais 5 minutos, para gratinar.

CASCASDefinitivamente, o lugar delas é no prato, e não na lixeira. Primeiro porque são lotadas de fibras. "E essas substâncias estimulam o funcionamento do intestino", elogia Daisa. Fora os atrativos extras de certas cascas. No laboratório da professora Giuseppina, da Unesp, a camada externa da goiaba apresentou altas doses de polifenóis, inimigos do envelhecimento celular. "Notamos que seu potencial antioxidante é duas vezes maior que o da polpa", conta. Outra substância identificada ali foi o nitrato. "Em porções moderadas, ele é benéfico para as artérias", explica. De acordo com Karime, as cascas da cenoura, do abacaxi e da laranja também merecem destaque, porque oferecem potássio, cálcio, fósforo e vitamina C. A da banana é outra que impressiona: cheia de potássio, vitaminas e fibras, ajuda no controle do apetite e na perda de peso. Esses ricos ingredientes podem fazer parte de sucos, bolos, doces, geleias e farinhas. 
BOLO COM CASCA DE BANANABata 2 claras em neve e reserve na geladeira. No liquidificador, bata 2 xícaras de chá de leite integral e 4 cascas de banana. Separe novamente. Misture na batedeira 1/2 xícara de chá de margarina sem sal e 3 xícaras de chá de açúcar refinado até obter um creme. Adicione as 2 gemas, uma a uma, e o leite com cascas de banana. Despeje essa mistura em uma vasilha e acrescente 3 xícaras de chá de farinha de trigo. Mexa bem. Adicione, delicadamente, as claras em neve e 1 colher de sopa de fermento em pó. Coloque em uma assadeira untada com manteiga e farinha. Leve ao forno médio (200 °C) preaquecido por cerca de 40 minutos.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/nutritivos-ate-talo-parte-desprezada-alimentos-chega-ser-mais-nutritivos-755145.shtml?func=2

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Em outubro, a Green se veste de rosa.


Outubro é o mês dedicado à prevenção do câncer de mama. Por isso, é chamado de Outubro Rosa. Mulheres entre 40 e 69 anos de idade são estimuladas a fazerem os exames preventivos da doença. E, é claro que a Green faria sua parte na propagação dessa ideia, afinal, propaganda também é responsabilidade social.


O câncer de mama é uma doença mais comum do que você imagina. Segundo dados da OMS, são mais de 1,38 milhões de casos por ano e mais de 458 mil mortes pela doença todos os anos.
Para não fazer parte dessa estatística, é importante adotar hábitos saudáveis a fim de prevenir essa doença. Além de realizar periodicamente os exames de rastreamento como a mamografia.
Algo interessante a se saber, é que uma vez diagnosticado com câncer, o paciente tem vários benefícios governamentais. Isso é algo que pouca gente sabe, mas de suma importância. Você pode conferir uma lista bem completa com os benefícios e as condições necessárias para consegui-los clicando aqui

Portanto, se você é mulher e encontra-se na faixa etária indicada, realize seus exames periodicamente, se não, informe suas amigas, sua família, pessoas do seu convívio e compartilhe.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Todas as Cores da Caatinga


Influenciados pelas recorrentes imagens de seca e pelo significado de Caatinga(caa=mata, tinga=branca), tendemos a acreditar num sertão nordestino quase monocromático, de um bege pálido, cor de vegetação ressequida e poeira. Mas não é bem assim. Não para as dezenas de artesãos de Santa Brígida e Serra Branca, na Bahia. Eles desmentem essa visão um tanto limitada com sua arte, ao extrair uma variada gama de cores das plantas da Caatinga para tingir suas peças de cestaria.
O belo tom de verde-musgo, por exemplo, vem do são-joãozinho ou besourinho (Senna macranthera); o avermelhado e o alaranjado saem do urucum (Bixa orellana); dois tons de amarelo são obtidos de plantas locais, popularmente apelidadas com nomes de espécies globalizadas, o açafrão e o algodão; o roxo é feito com jenipapo (Genipa americana) e por aí vai. Todas essas cores – mais as muitas misturas entre elas – são aplicadas à palha do licuri (Syagrus coronata), depois enrolada, trançada ou amarrada e transformada em bolsas, sacolas, tapetes, descansos, cestas para pães e objetos de decoração. As peças são exclusivamente tratadas com corantes naturais, sem uma gota de tintas químicas.
Os primeiros artesãos herdaram o conhecimento tradicional sobre as plantas-corantes e as técnicas de tingimento de seus pais e avós. Os novos artesãos somaram criatividade e a capacitação promovida desde 2006 pela Fundação Loro Parque (da Espanha) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com apoio do Instituto Arara Azul e da Tam.
José dos Santos Braga, mais conhecido como Zé de Rita, é um dos artesãos mais antigos. Ele foi o primeiro a compartilhar seu saber com os moradores de Serra Branca, a pedido de Simone Tenório, coordenadora do projeto. “Eu o convidei para ir à Serra Branca com o intuito de apresentar uma alternativa de geração de renda para a população. Como Santa Brígida, Serra Branca é área de alimentação das araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari), uma espécie muito ameaçada pelo tráfico e pelo corte da palmeira licuri, seu principal alimento”, explica Simone.
Com o estímulo à produção de artesanato, as palmeiras deixam de ser cortadas, as araras-de-lear se alimentam de seus frutos e os artesãos utilizam suas folhas. O número de folhas retiradas por palmeira é limitado a duas a cada 90 dias, para não prejudicar a planta e garantir a sustentabilidade da atividade, em longo prazo.
Após o primeiro contato, os artesãos das duas localidades passaram a trocar informações e criaram associações com estatutos comuns, preços comuns e peças comuns, com a mesma qualidade e o mesmo padrão. Assim, se eles recebem uma encomenda muito grande, não saem pela Caatinga pondo as palmeiras abaixo: eles dividem os pedidos entre os grupos para todos ganharem e todos respeitam a capacidade de suporte estabelecida para cada localidade.
Eles dividem até os resultados de experiências com novas cores, como a “fórmula” para um vermelho mais forte, feito da combinação entre o amarelo obtido do algodão com a tinta da casca de castanha de caju (Anacardium occidentale). Quem descobre uma tonalidade com boa aceitação, logo trata de passar a dica adiante, partilhando o sucesso com os vizinhos e com os artesãos da outra associação.
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Cada cor é preparada em uma panela com água fervente, na qual se mergulha a palha seca das folhas de licuri. Em alguns casos, é preciso adicionar suco de limão à água para firmar a cor. “Cada tipo de planta ‘pinta’ diferente: umas ‘pintam’ com a folha, outras com a flor, outras com o fruto e outras com a base, a casca…”, resume Claudylene Narciso dos Reis, de 19 anos, moradora de Serra Branca, neta e filha e artesãos. “A parte da planta que ‘der cor’ a gente usa”.
Nem todas as plantas-corantes ocorrem nas duas localidades. Então a troca de mudas e sementes também acontece. “Se não tem exatamente no lugar onde os artesãos moram, eles pegam de outros povoados. Vão buscar na Caatinga o que é da natureza e tem gente que planta no quintal de casa para não precisar ir muito longe”, conta Claudylene. E logo emenda: “o são-joãozinho tem no quintal lá de casa, já dá para tirar uma corzinha. Urucum também tem. Minha mãe e meu pai ‘pintam’ todo dia. Eu já aprendi e quero aprender mais”.
“O melhor de tudo foi resgatar um artesanato local que possibilitou às pessoas mudar de atitude, passando a ver a Caatinga de uma maneira diferente, sem achar que é um atraso ter Caatinga ao lado de casa. Passaram a se preocupar com o lixo, a ver que eram exemplo para outras pessoas. As mulheres, que antes não tinham trabalho e só viviam de bolsa-família, agora têm orgulho porque são artesãs e sua renda aumentou 200%”, conclui Simone Tenório.
Ainda podemos acrescentar, sem medo de errar: para onde quer que as peças sejam levadas, no Brasil ou no Exterior, esse artesanato de qualidade também nos ajuda a trocar o preconceito de uma Caatinga monocromática e coitadinha por um cenário mais colorido e com mais perspectiva.
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Fotos: Tietta Pivatto/Instituto Arara Azul (palhas de licuri tingidas, ao alto, e fruto de algodão mais flores de São-Joãozinho, no centro)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cidade sustentável: desafio (cheio de soluções) do século

Estimativas da ONU garantem que, em 2100, seremos mais de 10 bilhões de pessoas habitando o planeta Terra. E mais: quanto mais populosa a metrópole, mais intenso será seu crescimento demográfico, o que torna eminente a necessidade de repensar ofuturo das cidades
Antenados nessa questão, a galera do 
TEDx Jardins promoveu nesta sexta-feira (20/09), com o apoio do Planeta Sustentável, evento para debater as cidades sustentáveis. O encontro aconteceu na sede da Editora Abril, em São Paulo e reuniu 12 palestrantes inspiradores com boas ideias para compartilhar. Confira, abaixo, o que eles disseram.

SÃO PAULO DAS PESSOAS INCRÍVEIS "A cidade de São Paulo é um caos, não tem mais jeito." Talvez essa seja a frase que a jornalista Fabíola Cidral mais ouviu nos últimos quatro anos, no comando do programa matinal de rádio CBN SP. No entanto, apaixonada por contar boas histórias, ela decidiu usar a profissão para mostrar aos ouvintes que a capital paulista tem, sim, solução. "A cidade é feita de pessoas e, se as pessoas se transformam, a cidade muda junto com elas. A mudança não é fácil, mas é possível e já tem muita gente fazendo", garante a jornalista. Entre as histórias inspiradoras que já contou está a do paulistano Hélio Silva, que tinha o sonho de construir um parque na Penha, onde mora. "De muda em muda, em 10 anos ele construiu o primeiro parque linear de São Paulo, o Parque Tiquatira, com 17 mil árvores. Hélio é um plantador de vidas e a prova viva de que a mudança da cidade pode partir dos seus moradores", disse Cidral. Ela ainda comanda o programaCaminhos Alternativos, também na rádio CBN, todos os sábados. 

A MUDANÇA COLETIVA É A SUA MUDANÇA A consultora em sustentabilidade Denise Chaer gosta de se definir como uma "fomentadora da real inovação social". Depois de viver anos fora do Brasil - inclusive em comunidades espirituais da Índia -, ela decidiu voltar para trabalhar com educação humana e ajudar a construir um futuro melhor para o país onde tinha nascido. "Mas fui engolida pelo meu próprio discurso. Em nome da sustentabilidade comecei a trabalhar em grandes empresas e minha vida virou um caos", contou Chaer. Hoje, mais "desacelerada" e à frente da plataforma Novos Urbanos, criada para debater soluções para as cidades, o conselho dela é: "Sejam a inovação social. Promovam individualmente as mudanças que querem ver no coletivo, sem discursos superficiais de desenvolvimento sustentável. Cidades vivas precisam de tecido vivo: as pessoas".
CIDADES: OBRAS DE ARTE COLETIVAS Um acampamento improvisado que vive a serviço dos carros. Foi assim que o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov definiu a capital paulista em sua apresentação. "São Paulo é o retrato cru da desorganização das cidades", criticou ele.
A boa notícia é que toda essa bagunça urbana tem solução e a arquitetura pode ajudar bastante nesse processo. "Se tudo foi feito por nós, também podemos mudar tudo. A cidade é uma obra de arte coletiva, inconclusa, colaborativa e de licença aberta", definiu ele, que garante que o primeiro passo para começar a mudá-la é fazer as pessoas enxergarem que ali é sua casa. "Precisamos do sentimento de pertencimento. Não faz sentido os cidadãos acharem que seu espaço termina quando fecham a porta de casa", concluiu. 

CRIATIVIDADE É A SAÍDA Para a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, as cidades do futuro serão aquelas que sabem transformar os problemas em solução. "Ou seja, aquelas que têm pessoas criativas", disse a especialista. E não adianta querer copiar ideias de sucesso. Depois de rodar o mundo conhecendo lugares, Cainha, como é chamada pelos amigos, concluiu que nada pode ser menos criativo - e ineficiente - do que querer importar soluções que deram certo em outros locais. "Temos que procurar as singularidadesdas nossas ruas, bairros e cidades e investir nelas. Às vezes, os olhares de quem vem de fora ajudam a encontrar essas particularidades que passam despercebidas no dia a dia", aconselhou Fonseca. De quebra, ela ainda deixou uma "receita" para as cidades criativas: inovação, conexões e cultura. "Mas isso não é uma camisa de força. É apenas uma diretriz", avisou. 

EMPRESAS RESPONSÁVEIS O sociólogo Ricardo Abramovay, autor do livro Muito Além da Economia Verde, aproveitou sua apresentação para trazer ao debate a responsabilidade das empresasna construção de cidades sustentáveis. "A rua hoje não é dos cidadãos, das crianças que querem brincar, porque a indústria automobilística e da construção civil tomou esse espaço. É preciso cobrar desses setores a responsabilidade que têm em reconstruir as cidades como local de convívio", afirmou Abramovay. Segundo ele, não adianta a sociedade civil ou mesmo os governos fazerem esforço para recuperar as cidades, se as empresas jogam no lado oposto, oferecendo boas condições para comprar carros, por exemplo. "Atualmente, a produção de riqueza é dissociada da prosperidade. Precisamos trazer a ética para o debate econômico. Isso é condição básica para repensar a vida e, portanto, a cidade", concluiu o sociólogo. 

TODA AÇÃO TEM UMA REAÇÃO Em sua profissão, o psicólogo e acupunturista Maurício Piragino está acostumado a agir para provocar reações nas pessoas e esse foi seu convite para os ouvintes do TEDx. "Quando espeto uma agulha em um paciente, busco equilíbrio. Quando falo, quero provocar um insight. O remédio para mudar as cidades é se mexer, colocar a mão na massa", disse Piragino.
Para os paulistanos, por exemplo, ele sugeriu a participação nos conselhos participativos das subprefeituras. "Há oito mil anos, o homem fez as cidades. Elas são nossa maior interferência no planeta. Portanto, cabe a nós reinventá-las", afirmou. 

MUDANÇAS QUE DEIXAM MARCAS Como bom mestre em história, Marcelo Bressanin, superintendente da Praça Victor Civita, usou sua apresentação para comparar a cidade de São Paulo a umpalimpsesto, espécie de pergaminho reutilizável, usado centenas de anos antes de Cristo. "As pessoas gravavam textos nesses pergaminhos e depois o raspavam para reutilizar, embora parte da tinta ficasse impregnada. São Paulo é assim: por conta daurbanização intensa, muitos elementos foram sobrepostos na cidade. Ela virou um palimpsesto, com qualidade literária cada vez mais inferior", comparou Bressanin. Para ele, é preciso sim revitalizar o espaço público, mas sem esquecer de ler todas as camadas dos seus pergaminhos. "Precisamos promover a ressignificação das cidades, para não cometer os mesmos erros do passado", finalizou. 

EMPODERAMENTO DAS PESSOAS Cofundadora do projeto Meu Rio, criado para incluir os cidadãos nos processos de decisão do Rio de Janeiro, a jovem Alessandra Orofino aproveitou o espaço para contar um pouco das conquistas da iniciativa. Entre elas, o impedimento da demolição da Escola Municipal Friedenreich para a construção de um estacionamento para o Complexo Esportivo do Maracanã. "Com o projeto De Guarda, mobilizamos voluntários para vigiar a escola 24 horas e impedir que ela fosse destruída. Deu certo, mas quem solucionou o problema não foi nossa ação e sim todos os cidadãos que se mobilizaram desde o início. Apenas reunimos todos eles e, ao ver que não estavam sozinhos, sentiram-se empoderados", contou Orofino. Para ela, despertar o sentimento de pertencimento é a solução para as cidades. "A partir do momento que entendo o público como meu vou querer melhorá-lo e preservá-lo", opinou. 

CIDADE DAS ÁGUAS Com o sonho de nadar no rio Tietê, o engenheiro Guilherme Castagna chamou a atenção para um recurso que é muito judiado nas cidades: a água. "Dependemos de fontes cada vez mais distantes e somos incapazes de devolver água limpa", criticou Castagna. O engenheiro fez sua parte para tentar reverter essa situação e lançou a iniciativa Livraria Tapioca. "A ideia é tirar o conhecimento da caixa preta e mostrar para as pessoas que, embora água e tratamento de esgoto sejam responsabilidade de empresas concessionárias, todos têm que fazer sua parte", explicou Castagna. Entre as sugestões do engenheiro para as pessoas estão usar banheiro seco e transformar os dejetos em adubo, usar água da chuva para fins não potáveis e separar a água cinzaproduzida em casa para outros fins, como, por exemplo, regar plantas.
BASTA À CORRUPÇÃO Depois de passar dificuldades financeiras na infância, o advogado Luciano Pereira dos Santos decidiu que queria trabalhar com algo que ajudasse a diminuir adesigualdade social do país. Foi então que se dedicou a combater a corrupção e acabou sendo um dos responsáveis pela aprovação da Lei Ficha Limpa, que contou com a assinatura de mais de 1,6 milhão de brasileiros. "Nas eleições de 2012, mais de mil candidatos foram impedidos de representar a população", contou Santos, orgulhoso. A lição que ele tira de tudo isso? "Quando a sociedade se organiza e se mobiliza, ela consegue mudar a realidade. Ser cidadão e lutar por uma cidade melhor dá trabalho, mas temos que ser protagonistas dessa mudança", afirmou. 

TODOS FORA DO QUADRADO Pessoas simples podem fazer coisas pequenas em lugares pouco importantes e conseguir mudanças extraordinárias. Essa foi a mensagem que o empreendedor Bruno Capão, do bairro paulistano Capão Redondo, quis passar aos ouvintes do TEDx. Ao atravessar a cidade para trabalhar, em Pinheiros, como gari, ele revolucionou a comunidade onde morava. "Via coisas no bairro que não existiam onde eu morava, como serviço de coleta seletiva, e me perguntava o porquê dessa situação. Inconformado, passei a levar ideias para os moradores do Capão, contaminei outras pessoas e promovemos mudanças no bairro", conta orgulhoso. Hoje, Bruno é co-fundador do Ateliê Sustenta CaPão, um negócio social que incentivou a criação de uma rede de empreendedorismo no Capão Redondo, e recomenda que as pessoas ‘saiam do seu quadrado’. "Eu precisei sair do meu para ver tudo o que vi e promover mudança na realidade do meu bairro. O Capão Redondo era um local segregado na cidade e isso está mudando", comemorou. 

HORTAS QUE RECONECTAM A relação de amor da jornalista Claudia Visoni com as hortas começou em 1999, quando ela se deparou com um alimento orgânico, produzido sem agrotóxicos, na prateleira do supermercado. "Fiquei encantada. A agricultura urbana sempre existiu, mas perdemos esse hábito depois da Segunda Guerra Mundial. A comida passou a ser cada vez mais industrializada e culminou nessa epidemia de obesidade que temos hoje", lamentou Visoni. Disposta a colocar a mão na terra, ela criou uma horta em casa, cofundou o grupo Hortelões Urbanos para trocar informações com outros agricultores e acabou participando da criação de várias hortas comunitárias na cidade de São Paulo. "A sensação é ótima. Além de comida, colhemos relacionamentos com pessoas fantásticas e ainda recuperamos o espaço urbano", afirmou a jornalista, que terminou sua apresentação fazendo um convite para que todos se reconectem com a terra. "Pode ser de qualquer forma. Qual foi a última vez que vocês colocaram o pé na terra?", provocou.

Fonte: 
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/cidades-sustentaveis-desafio-solucoes-seculo-xxi-tedx-jardins-754801.shtml?func=1&pag=3&fnt=14px

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desperdício de alimentos é tema de concurso de desenhos



Você gosta de desenhar? Então, que tal participar do Concurso Internacional de Pintura Infantil sobre Meio Ambiente 2014 da ONU? O tema escolhido este ano é muito importante, já que cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos.

Fonte: 
http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/fique-ligado/desperdicio-alimentos-tema-concurso-desenhos-754174.shtml?utm_source=redesabril_psustentavel&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_psustentavel_planetinha

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

IPCC, cada vez mais certo


ciência do clima vem progredindo continuamente, reduzindo as incertezas acerca das consequências do aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. O avanço é lento por conta das inúmeras variáveis envolvidas no processo. O clima abrange vários sistemas, tais como atmosfera, oceanos, biosfera, que não só têm sua própria dinâmica como interagem entre si, provocando retroalimentações positivas (no caso de potencializar o efeito) e negativas (anulando o efeito).
Sendo assim, o entendimento do clima e suas variações é muito complexo e, tal qual um quebra cabeça, não se pode analisar apenas uma parte, pois se perde a visão do conjunto. Portanto, é fundamental se ter em mente a cadeia das mudanças climáticas, de maneira que se possa avaliar onde residem as incertezas e os fatos; entre o que é medido e o que é inferido e simulado.
Vários são os ganhos deste novo relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a ser divulgado este mês em Estocolmo. No meu entendimento, o maior deles está na confirmação e reforço daquilo que já foi expresso e alertado nos relatórios anteriores. Esta ratificação do que já foi dito, aumentando o nível de certeza, desqualifica e descredencia a suspeita de que poderia ter havido uma “conspiração” por parte dos cientistas envolvidos no IPCC, tema debatido acaloradamente por grupos que se denominam de “céticos” desde a divulgação do Quarto Relatório em 2007.  O nível de certeza aumentou principalmente com a melhoria dos dados observacionais. Desde o  relatório passado, a base de dados aumentou bastante, incluindo uso de satélites além de medições locais.
Adicionalmente, os modelos computacionais usados no trabalho de simulações e projeções climáticas se sofisticaram, além do emprego de ferramentas estatísticas na avaliação do que se observa e do que é obtido por modelagem.
Ou seja, o Quinto Relatório restaura a confiança no IPCC. Isto ajuda os tomadores de decisão, uma vez que as políticas de enfrentamento às mudanças climáticas muitas vezes interferem com interesses bem estabelecidos, outras vezes implicam em custos adicionais e, ainda, em alguns casos, são impopulares.
Porém, muitas lacunas ainda persistem. Exatamente por conta destas incertezas, o relatório é repleto de qualificadores para relativizar as afirmações. Trabalha-se com probabilidades, faixas e tendências. No entanto, vale lembrar que a ciência não nos fornece certeza absoluta, não é uma ideologia nem questão de fé.  O método científico progride em cima de hipóteses, teses e teorias fundamentadas e está sempre aberto a novas descobertas.
É fato o aumento da concentração de GEE na atmosfera, também é certo que a temperatura média global da superfície terrestre vem aumentando desde o século XIX. Isto é medido. O que não se sabe ao certo é como este aumento de temperatura se relaciona com a precipitação, por exemplo. O uso de médias prejudica análises regionais. O papel de nuvens e aerossóis precisa ser mais bem compreendido. Difícil extrair conclusões sobre eventos extremos, ainda mais em regiões onde não há muitos registros estatísticos. Assim sendo, não se nega a falta de clareza de como o clima irá reagir em função das mudanças na composição da atmosfera, sobretudo em nível regional.
Há certeza, no entanto, de que estamos exaurindo os recursos da Terra e que as emissões humanas estão se sobrepondo a outros fatores complexos que fazem o clima flutuar.
Para sustentar as atividades humanas, se transfere o carbono estocado pela natureza ao longo dos anos para a atmosfera, sem que haja nenhum ciclo natural de resgate deste carbono, lançado adicionalmente pelo homem, provocando um desequilíbrio estabelecido há séculos.
Ajustes para um novo equilíbrio ocorrerão, só que com alterações no padrão climático que conhecemos hoje, causando uma série de impactos no nosso modo de vida. No entanto, é inegável que qualquer impacto ambiental não será percebido de maneira igual por todas as regiões nem por todos os habitantes do planeta. Há que se considerar as diferentes vulnerabilidades, sejam elas geográficas como pequenas ilhas ou países continentais, sejam elas econômicas como países ricos e pobres.
A solução não é trivial sendo, portanto compreensíveis os debates exaltados entre políticos, negociadores na Convenção do Clima. Estamos diante de uma questão estratégica e delicada. O Quinto Relatório do IPCC mostra que os modelos estão sendo gradativamente melhorados, as incertezas reduzidas, e a ciência vai avançando no seu ritmo, confirmando a interferência do homem no clima do planeta. Porém, decisões urgentes sobre caminhos e modelos de desenvolvimento precisam ser tomadas agora para minimizar os danos futuros, nem que seja apenas considerando o principio da precaução. Isto não cabe aos cientistas.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-clima/2013/09/04/ipcc-cada-vez-mais-certo/

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Como o aquecimento global impacta a sua vida


Quando você está doente, sua mãe corre para pegar um termômetro e medir sua temperatura, certo? Assim como seus pais, os cientistas têm termômetros especiais para medir a temperatura do planeta e eles descobriram que a Terra está cada vez mais quente. Esse fenômeno é o aquecimento global.    

A última década, de 2001 a 2010, foi a mais quente da história, desde que pesquisadores começaram a medir a temperatura do planeta de um jeito mais moderno, em 1850. (Saiba mais em: O alerta da década mais quente da história

Assim como, para os seres humanos, a febre é uma espécie de aviso de que algo não vai bem dentro do corpo, o aumento da temperatura da Terratambém não é legal e representa um alerta: o planeta está mais quente porque nós, homens, estamos deixando ele doente com nossas atitudes

Toda vez que um adulto escolhe ir a algum lugar de carro, em vez de usar o transporte público, ou que você vai jantar e não desliga o videogame, ou ainda que sua professora não apaga a luz da sala de aula quando a turma sai para o recreio, entre tantas outras atitudes que tomamos no dia a dia sem pensar no seu impacto, são liberados gases que causam o efeito estufa - como CO2 e metano- na atmosfera. 

Ao contrário do que muita gente pensa, o efeito estufa não é um fenômeno que faz mal para o nosso planeta. Na verdade, a vida na Terra só é possível graças a ele, que mantém a temperatura do planeta constante. O problema, como em quase tudo na vida, está no excesso: o homem anda lançando no ar uma quantidade maior do que poderia de alguns gases que formam a camada do efeito estufa. Com isso, a temperatura do planeta está mais alta do que deveria, causando o aquecimento global.

Fonte: 
http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/fique-ligado/como-aquecimento-global-impacta-vida-blog-clima-750690.shtml